Coração que nasceu livre não se pode acorrentar

Imagem de capa: Tanja Nikolaenko, Shutterstock

Tenho pressa, sim. Tenho pressa por viver tudo o que pode me ser destinado. Sejam amores, encontros ou sonhos que trago no peito, quero desfrutá-los ao mesmo tempo agora. Mas não crie barreiras. Não freie essa vontade de sentir o abraço das coisas boas. O meu coração nasceu livre. E ele ninguém pode acorrentar.

Tenho sede, sim. Tenho sede por beber tudo o que pode me ser oferecido. Sejam novos gostos, sentimentos ou instantes que trago no peito, quero ficar embrigado sem hora para terminar. Mas não crie contraindicações. Não estipule o que pode ser ou não prejudicial para o gosto dos bons goles que pretendo dar. O meu coração nasceu livre, já disse. E ele ninguém pode acorrentar.

Tenho fome, sim. Tenho fome por consumir tudo o que pode me ser indicado. Sejam beijos, carinhos ou excitações que trago no peito, quero gozá-los sem qualquer julgamento. Mas não crie preconceitos. Não meça numa régua, o certo e o errado para os desejos que preciso saciar. O meu coração nasceu livre, aceite. E ele ninguém pode acorrentar.

Tenho amor, sim. Tenho amor por compartilhar tudo o que pode me ser permitido. Sejam afetos, gentilezas ou experiências que trago no peito, quero transbordá-los ao mesmo tempo agora. Mas não partidas. Não confunda o que quero com egoísmo. Porque se você não reconheceu até agora aonde quero chegar, talvez ainda lhe falte um bocado para somar. Coração que nasceu livre não se pode acorrentar. E é assim que nasce o amor que a gente tanto quer provar.

Título inspirado na canção “Meu amor é Marineiro”, de Manuel Alegre