Carta de um idoso

Oi, jovem. Como vai?

Espero que tenha garra suficiente para enfrentar os dissabores da vida.

Já fui jovem como você e por isso entendo muito bem dessas coisas que você

anda sentindo…

Já enfrentei muitas barras, já ralei muito, como você diz ,

mas… segui em frente.

Você ainda não é um velho como eu; então, fica um pouco difícil

você me compreender.

Hoje, sem o vigor da mocidade, caminho bem devagar

– e você tem pressa.

Já não ouço muito bem

– e você acha complicado conversar comigo.

Minha mente anda um pouco lenta

– e não consigo acompanhar a rapidez do seu raciocínio.

Já estou às voltas com algumas manias

– e às vezes você perde a paciência comigo.

Caso eu fique esclerosado ou demente,

trate-me com ternura,

porque talvez você precisará de igual ternura quando ficar velho.

Sei que pode parecer que já não sirvo mais para nada,

Mas, é engano. Sabia?

Tenho tantas coisas para contar…

O que aprendi da vida pode ser muito útil para você saber lidar com alguns problemas.

Minha história servirá para lhe mostrar como acertar mais e errar menos.

A vida me ensinou isso: como acertar mais e errar menos…

Mas, para que eu consiga passar minhas experiências para você,

preciso de pelo menos um pouquinho do seu precioso tempo.

Ah! E também de sua paciência  e atenção.

Se ficarmos amigos,

eu me sentirei um pouco mais jovem perto de você.

Em contrapartida, você com certeza se tornará mais sábio.

E tenha certeza:

Vou repetir:  Você acertará mais e errará menos…

Não vai ser legal?

Lu Prado

(ES)







Natural de Vitória (ES), não se considera uma escritora nem poetisa, no sentido técnico dessas artes. Escreve porque nasceu com esse dom: - o de escrever (à sua maneira) o cotidiano. Aposentada do Serviço Público Estadual - Área da Educação. Segundo ela, "escreve para acalmar seu coração"