A beleza do ato de ler para alguém

E em meio a uma maratona de filmes eis que surge “O Leitor”. Resumidamente, é um drama que se passa durante e após a II Guerra Mundial e tem como protagonista o jovem Michael Berg que se envolve com uma mulher mais velha, Hanna Schmitz.

Com o caminhar do longa o telespectador vai percebendo que Hanna não sabe ler (fato que ela tentar esconder), o que não diminui seu interesse por romances.

Importante: algumas das cenas mais bonitas do filme são as em que Michael lê para ela, leitura esta que se torna uma rotina até o dia em que Hanna desaparece.

Decepções amorosas, polêmicas e spoilers à parte, “O Leitor” é um lembrete da beleza e do valor do ato de se ler para alguém. E dentre as tantas formas de se declarar um amor, ler algo que se gosta em alto e bom tom para alguém não seria uma das mais bonitas?

É reverenciada a mãe que lê uma história ou outra da Ruth Rocha para os filhos antes de dormirem. É querida aquela amiga que nos lê os poemas de Bukowski e nos mostra as crônicas da Martha. É mais amado o amante que nos declama aquele poema de Drummond. É admirado o professor que nos apresenta sua poesia favorita do Neruda ou aquele texto encantador do Rubem Alves.

É simples, é nobre, é encantador, é singular e é uma forma de compartilhar um pouco do que somos com o outro, é também uma forma de emociona-lo, de tocá-lo… E não é pra isto que estamos aqui?

Ler para alguém, é afinal, sem dúvidas um dos itens da lista de simplicidades que transformam um dia, melhoram um humor, mudam uma compreensão de mundo e como no filme, às vezes, influenciam e direcionam toda uma vida. Então fica aqui o apelo: sempre que puder, leia para alguém.

Imagem de capa: cena do filme “O leitor”.







Paraibana (Campinense) estudante de Psicologia que tem a cabeça nas nuvens, pés no chão e um fraco por causas perdidas.