Antropologia: a ciência da Alteridade

Por Letícia Maia

Alguns definem a Antropologia como sendo a ciência que estuda o homem.
Alguns dividem a Antropologia em diversas classes e vertentes.
Alguns nem ao menos sabem o que é Antropologia.
A Antropologia realmente é uma ciência que estuda o homem. Porém, muitas outras ciências também o estudam. O que a difere das demais ciências é o estudo do ser humano em todas suas dimensões. O homem e todas suas relações, tradições, singularidades e semelhanças. Existem, de fato, diversas “antropologias”, algumas muito conhecidas – como a Cultural e a Arqueológica, outras nem tanto – como a Visual e a Linguística.
Mas além de todos estes conceitos e definições, vejo na Antropologia a ciência do ESTRANHAMENTO e, consequentemente, da ALTERIDADE.
“Estranhar” o Outro. Reconhecer em outro indivíduo (ou em um conjunto deles) suas peculiaridades e diferenças. Não somente, mas também suas equivalências. É na prática do ESTRANHAMENTO que eu me identifico, que eu me vejo como ser único e que eu me afirmo como sendo, da mesma maneira, o Outro.

E é neste contexto que nasce a ALTERIDADE. O momento de contato com o Outro. Identificando-o, considerando-o, valorizando-o e, acima de tudo, respeitando-o. Tentar compreender, sem julgamentos ou sobreposições. Afinal, vivemos o paradoxo de sermos diferentemente iguais e igualmente diferentes. “Multicoloridos homens”.
Talvez seja essa essência que falte em muitas outras ciências e em muitos outros indivíduos e seus conjuntos…
Alguns definem a Antropologia como sendo a ciência que estuda o Homem.
Eu defino a Antropologia como sendo a ciência da Alteridade.

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Nota da CONTi outra: agradecemos à Letícia Maia por nos enviar esse lindo texto e autorizar a publicação nesse local.
Letícia Maia estuda Ciências Sociais com bacharelado em Antropologia pela Universidade de Brasília.







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