Andanças…

Esperei…

Esperei enquanto acreditei em que algumas mudanças na vida aconteceriam, tal qual o percurso de um trem, onde os trilhos é que se abrem determinando a direção a seguir.

Esperei…  e,  cansada de tanto esperar, acordei!

Lentamente, fui liberando as opressões diárias, deixando os halteres excessivos, desejando menos peso e mais equilíbrio…

Foi uma entrega suave, tranquila e com as luzes acesas.

Saciada, cansada e sufocada de excessos inúteis, libertei-me  e um jeito manso de viver foi me seduzindo.

Com as mãos livres aconcheguei os sonhos, separei o tempo com pausas e dedilhei os sentimentos, cerzindo – os em poesia.

Tive por companhia a serenidade, a brandura, a permissão, a anuência e muitas outras mestras do bem viver.

Desencantei-me em surfar em alto mar e em conquistar ondas gigantescas.  Quis a tranquilidade das areias da praia, quis o descansar sob o sol da manhã, quis experimentar a profundidade de ser.

Escolhi a vida simples, dócil, onde o menos vale mais . Quis a velha dama!

Hoje, respiro, inspiro,  ganho força e fé. Abro-me aos mistérios de cada minuto que me é concedido viver.

Morrer na praia? Jamais!!! Não será um fracasso se a conquistei e nela habitei.







Psicóloga , escritora e avó apaixonada pelo seu neto e pela vida. Autora do livro "Varal de sonhos" e feliz demais com os novos horizontes literários que se abrem.