Acredite, você não é trouxa por querer um amor tranquilo

Não, você não está pedindo nada demais. Querer um amor tranquilo não é estampar um adesivo de trouxa na cara. É só o seu coração que merece, há muito tempo, ter um pouco de sossego.

Chega um determinado tempo na vida em que amores intensos e desmedidos não cabem mais. Que cansa entrar nessa disputa de quem se doa e expressa mais vontade de estar ao lado do outro. Precisa mesmo tanto? Será que não é possível encontrar alguém capaz de simplesmente aproveitar a companhia, os cuidados e os carinhos propostos?

Não dá para entender essa corrente atual de desapegos, onde demonstrar honestidade em ficar virou alvo de piadas e desinteresse. Se você quer alguém, apenas diga. Se não for recíproco, tudo bem. Acontece. Ao menos você não será ausente pela tentativa. Pode doer receber uma negativa? Pode. No entanto, é certo que a sua paz não ficará presa pela dúvida.

O amor é incerto. É um salto no escuro exibir coragem sem a certeza de que ele será somado com outra metade. Ainda assim, quantos casos de amor foram certeiros na primeira tentativa? Arrisque-se, mas não ache que mereça pouco. Não precisa ser uma completa loucura. Não precisa vir embutido das mais fantasiosas proporções. Mas, convenhamos, o amor precisa sim de tranquilidade.

É ter alguém para te acompanhar, para te fazer sorrir, para te mostrar que tudo é muito e que, juntos, vocês sempre podem descobrir um algo mais um do outro.

Desculpe, mas são infelizes os que acham o amor uma dança das cadeiras, daquelas permitidas apenas para os espertos e ligeiros. Verdadeiros trouxas esses que enxergam os relacionamentos como algum tipo de entrega sem sentimentos.

Acredite, você não é trouxa por querer um amor tranquilo. Você é, dentre tantos descontentes, alguém com leveza e maturidade para compartilhar. E o amor é sintonia para quem sabe abordar sinceridade. Acorde.

Imagem de capa: Candy (2006) – Dir. Neil Armfield