8 crianças que abalaram o mundo

O Portal Aprendiz contou a história de 7 crianças que foram protagonistas de mudanças significativas no mundo: Anne Frank, Malala Yousafzai, Adora Svitak, Mozart, Severn Cullis-Suzuki, Samantha Smith e Louis Braille.

Nós aqui do CONTi outra achamos a seleção excelente e adicionamos mais uma, mas não menos importante criança que ajudou a mudar o mundo: Ruby Bridge

Anne Frank

Em 31 de março de 1945, morria aos 15 anos de tifo e subnutrição, no campo de concentração de Bergen-Belsen, na Alemanha, uma jovem judia chamada Annelies Marie Frank, ou Anne, para os amigos e familiares. Duas semanas depois, os prisioneiros do campo seriam libertados pelas forças aliadas.

Antes de ser presa e deportada para o campo de concentração com sua irmã, Anne viveu escondida das tropas nazistas por 25 meses num pequeno sótão conhecido como Anexo Secreto, em Amsterdã. A experiência ficou registrada em seu diário, que foi entregue meses depois do fim da guerra ao seu pai Otto Frank, que decidiu publicá-lo.

O diário feito livro se transformou num dos mais reconhecidos e pungentes relatos do terror nazista. O olhar jovem e observador da menina que sonhava em ser jornalista foi traduzido para mais de 68 línguas e se tornou um testamento do sofrimento, das vidas perdidas e do que a História não pode repetir.

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Malala Yousafzai

9 de outubro de 2012. Ao sair da escola, a estudante paquistanesa Malala Yousafzai, à época com 15 anos, estava prestes a embarcar no ônibus de volta para casa quando foi alvejada com tiros por membros do Talibã, grupo fundamentalista que é contra a educação feminina.

Malala foi escolhida como alvo pois era a autora do blog “Diário de uma estudante paquistanesa” desde 2009, quando tinha 11 anos. Publicava textos sobre a sua vontade de estudar em um país onde, só por ser mulher, a dificuldade do acesso à educação era ainda maior. Escrito sob um pseudônimo, o nome de Malala rapidamente se tornou conhecido, já que a garota não tinha receio em defender publicamente a educação de mulheres.

Após sobreviver ao ataque, Malala se tornou ativista e transformou-se num símbolo da causa pela educação feminina no mundo. Seu prestígio é tamanho que a paquistanesa acaba de receber o Prêmio Nobel da Paz de 2014. “Este prêmio é para todas as crianças cujas vozes precisam ser escutadas”, afirmou.

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Adora Svitak

Aos seis anos, Adora Lily Svitak ganhou um notebook de sua mãe e passou a escrever histórias. No total, foram mais de 300 pequenos textos que a criança queria publicar. Ao invés de ouvir “espere até ficar mais velha”, os pais incentivaram a pequena autora a lançar o livro “Flying Fingers” (Dedos voadores).

Desde então, a menina dá palestras em centenas de escolas – tanto para alunos como educadores – sobre a importância da literatura e da escrita. Em 2010, quando tinha 12 anos, deu uma palestra no TED e foi aplaudida de pé. “Nós crianças ainda sonhamos com a perfeição”, afirmou Adora.

Para ela, o mundo precisa de mais ideias infantis: criatividade, ideias arrojadas e principalmente otimismo. “Adultos precisam ouvir e aprender com as crianças, confiar e esperar mais de nós”, acredita a jovem escritora.

Mozart

Nascido em 1756, o compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart tinha apenas cinco anos quando começou a se destacar tocando teclado, violino e, claro, criando músicas. Seu talento era tanto que, mesmo tão precoce, chamou a atenção da realeza européia e se apresentou em diversas cortes do continente.

A crítica musical considera Mozart um dos maiores compositores da história. Não é por menos: ele produziu mais de seiscentas obras, tornando-se uma referência na música erudita e influenciado diretamente o futuro da música. Requiem é uma de suas composições mais famosas.

Severn Cullis-Suzuki

A menina que calou o mundo por cinco minutos. Foi assim que a canadense Servern Cullis-Suzuki ficou conhecida em 1992, quando, aos 12 anos, fez um discurso duro e emocionante direcionado aos delegados e chefes de Estado que participavam da Rio-92, conferência que debatia o futuro do meio ambiente.

Aos nove anos, a canadense fundou a Organização das Crianças para o Meio Ambiente (ECO), grupo dedicado a aprender e ensinar outros jovens sobre as causas ambientais. Foi assim que a garota arrecadou dinheiro para participar da conferência.

“Sou apenas uma criança, mas ainda assim sei que se todo o dinheiro gasto em guerras fosse investido em soluções para o meio ambiente e também na redução da pobreza, que lugar maravilhoso a Terra seria!”, afirmou à época, para espanto dos presentes. “O que vocês estão fazendo com o mundo me faz chorar a noite.”

Disponível no YouTube, o vídeo do discurso que abalou o mundo tem mais de 28 milhões de acessos.

Samantha Smith

“Caro Senhor Andropov, meu nome é Samantha Smith. Eu tenho dez anos de idade. Parabéns pelo seu novo trabalho. Eu tenho me preocupado com a Rússia e os Estados Unidos entrarem em uma guerra nuclear”. Assim começava a carta que uma jovem de dez anos, nascida na cidadezinha de Manchester, no Maine, enviou para o líder sovético Yuri Andropov, em 1982. “Deus fez o mundo para nós vivermos juntos e não para brigarmos”, encerrava.

A carta foi publicada no jornal russo Pravda e alguns meses depois ela recebeu uma longa resposta de Andropov, que tornou a jovem Samantha uma porta-voz instântanea das crianças pela paz mundial. Ela visitou a Rússia, conheceu suas crianças e reparou que eram muito parecidas com ela. Se tornou uma pessoa pública notória em ambos os países e foi considerada “A Mais Jovem Embaixadora dos EUA”.

Escreveu livros sobre sua visita, atuou em filmes e programas de TV e viajou pelo mundo conhecendo crianças de diversas realidades. Até que, tragicamente, em 1985, morreu em um acidente de avião, deixando um legado breve e inspirador. Afinal, se tornar um símbolo comum de gregos e troianos, ou russos e americanos, em plena Guerra Fria, não era uma tarefa fácil.

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Louis Braille

“Se os meus olhos não me deixam obter informações sobre homens e eventos, sobre ideias e doutrinas, terei de encontrar uma outra forma.”

O método Braille é hoje difundido por todo o mundo como a principal forma de leitura para deficientes visuais. A série de pontilhados em relevo permite, pelo tato, uma rápida e fácil compreensão de longos textos. Mas você sabia que ele foi inventado por um jovem?

Em 1809, com 10 anos, Louis Braille ganhou uma bolsa de estudos de um prestigioso instituto para cegos na França, após se destacar numa escola comum. Aos 12, começou a se dedicar, com a ajuda de um capitão reformado, na formulação de um sistema simplificado de escrita, que viria se tornar o método Braille, concluído quando tinha apenas quinze anos. Ainda adolescente, começou a dar aulas no Instituto onde estudava.

Após 200 anos, o Braille permanece praticamente inalterado e seus mais ágeis leitores conseguem ler até 200 palavras por minuto. A invenção, no entanto, só foi amplamente reconhecida dois anos após a morte de Braille, em 1852. Antes disso, foi proibida no mesmo instituto onde foi inventado, o que não impediu em nada que os jovens, em segredo, continuassem a aprender e aperfeiçoar o método.

Ruby Bridge

Em 1960, a Suprema Corte americana ordenou que todas as escolas públicas do país cessassem a segregação racial e passassem a integrar alunos negros em suas salas de aula. Neste contexto, a família da garota Ruby Bridges decidiu matriculá-la em um colégio “All White” de Nova Orleans, chamado William Frantz. Seu pai era relutante, mas a mãe disse que a mudança era necessária não apenas por uma melhor educação para sua filha, mas também para “dar um passo a frente à todas as crianças afro-americanas”.

Temendo algum tipo de represália, seus pais pediram escolta da polícia local, para que Ruby pudesse ir à escola em segurança.

Para surpresa (nem tanto) da família, a polícia da cidade recusou o pedido, e disse que não ajudaria na segurança da garota. Com isso, a presença dos oficiais federais foi solicitada e, assim, a menina pôde caminhar de sua casa até à escola. Chegando no colégio, uma multidão de pais enfurecidos protestavam contra a presença da negra no colégio.

Quando perceberam que a inclusão da garota no colégio era inevitável, os pais dos alunos brancos resolveram entrar no colégio e retirar seus filhos do local; os professores também se recusaram a ensinar a garota. Barbara Henry, uma jovem docente, foi a única que se mostrou disposta a ser professora de Ruby e, com isso, a criança resolveu continuar no colégio, mesmo com tantas manifestações contra.

Durante todo o ano letivo, Ruby era ensinada em uma classe que só tinha ela como aluna.

Nos primeiros dias conviveu com ameaças de morte, inclusive por funcionárias do colégio, que ameaçavam envenenar sua comida. Os agentes federais decidiram que a garota só poderia consumir alimentos trazidos de casa pela própria aluna. Outra funcionária colocou uma boneca negra em um caixão de madeira e protestou com ela fora da escola.

A família de Bridges sofreu com todo este processo: seu pai perdeu o emprego, e seus avós (que eram meeiros no Mississippi) foram desligados de suas terras. O acontecimento, porém, possui alguns bons exemplos. A comunidade negra, com alguns poucos integrantes brancos opostos ao racismo, tentaram ajudar. Um vizinho conseguiu outro emprego para seu pai. Além disso, algumas famílias brancas continuaram a enviar seus filhos ao colégio. (fonte)

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